segunda-feira, 2 de abril de 2012

NUTRIÇÃO - IDOSOS

O envelhecimento faz parte do ciclo natural da vida. O organismo se submete a diversas alterações físicas, metabólicas e funcionais, e ocorre perdas das funções, decorrentes do declínio do ritmo biológico. As modificações biológicas próprias deste processo incluem a redistribuição da massa corporal (diminuição de massa magra e de líquidos corporais, e aumento da massa de gordura),  diminuição do metabolismo basal, diminuição de vários órgãos (como rins, fígado e pulmões e uma grande perda de músculos esqueléticos.
O declínio natural das funções com a idade, leva à menor eficiência na absorção e no metabolismo dos nutrientes e pode afetar o estado nutricional de idosos.
Um estilo de vida saudável, com hábitos alimentares adequados e prática de atividade física, pode influenciar sobre as condições de saúde e expectativa de vida, reduzindo ou retardando as mudanças e doenças que surgem com o envelhecimento.
            Rotinas saudáveis, trazem benefícios para a saúde nas diferentes idades, inclusive nas mais avançadas. A alimentação do idoso deve contemplar as necessidades para manutenção saúde, tratamento e/ou prevenção de doenças, deve ser de fácil digestão, pouco volumosa, com consistência adequada à dentição, e de forma a preservar o prazer de se alimentar.

Atendimento Nutricional para Idosos 

Avaliação Nutricional
Avaliação do consumo alimentar
Avaliação da composição corporal
Avaliação clínica
Verificação de exames bioquímicos
Elaboração de plano alimentar
Orientações e recomendações nutricionais

 

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Em razão da expansão da expectativa de vida e do aumento de idosos, a distribuição etária da população mundial, tem apresentado alterações.  Assim como outros países, o Brasil está passando por um processo de envelhecimento rápido e intenso. Pesquisas e estatísticas indicam que entre os anos de 1980 e 2000, o grupo de menores de 15 anos apresentou uma redução de 22%, enquanto que a população com 65 anos ou mais aumentou 47%. Em 2000, os brasileiros com 60 anos ou mais, já representavam 8,6% da população total.  Até o ano de 2025, estima-se que pessoas acima de 65 anos aumente 8,9 vezesm e pessoas acima de 80 anos, 15,6 vezes.Nosso país estará entre as dez maiores populações de idosos do mundo.
No Brasil, a denominação pessoa idosa é usada para se referir as pessoas quem têm 60 anos ou mais.
Cada pessoa envelhece num ritmo próprio. Ao comparar duas pessoas que têm a mesma idade em anos, pode-se notar ritmos diferentes de envelhecimento. Uma pode aparentar estar mais jovem ou em melhores condições físicas ou mentais que a outra. O envelhecimento é um processo contínuo que começa no momento da concepção e só termina com a morte.
 Diversos são os fatores que afetam o estado nutricional e o consumo alimentar nos idosos. Alguns são provenientes de modificações fisiológicas, próprias e comuns do envelhecimento como alterações no funcionamento do  sistema digestório, alterações na percepção sensorial e diminuição da sensibilidade à sede. Outros fatores são influenciados pelas enfermidades presentes, e  por fatores relacionados com situação social, psicológica, econômica e familiar.
 A desnutrição e a obesidade são duas formas de má alimentação que afetam idosos. A desnutrição merece atenção especial por sua grande associação com a morbimortalidade. Em geral, as causa de perda de peso e possível desnutrição em idosos são: 
  • presença de doenças graves;
  • efeitos colaterias de medicamentos;
  • alterações no sistema digestivo – redução na capacidade de de digerir e absorver os alimentos;
  • depressão, alterações cognitivas (demência);
  • diminuição na secreção de saliva, dificuldade para mastigar; engolir,  presença de refluxo, perda dos dentes;
  • alteração do paladar;
  • dificuldade de comprar e/ou preparar os alimentos
  • fatores sociais e econômicos,como a pobreza ou dificuldade para adquirir alimentos
  • alterações motoras
A magreza excessiva e a desnutrição, diminuem o vigor e a sensação de bem estar.A obesidade predispõe outros problemas de saúde como doenças cardiovasculares, hipercolesterolemias, diabetes, pressão alta e pode reduzir a longevidade.
Outros problemas de saúde que podem ser observados e que afetam o estado nutricional de alguma forma são: diminuição da imunidade, perda da força motora, perda de massa óssea, osteoporose, doenças renais, problemas psicossociais (isolamento social, depressão, medo, mudança na rotina e nos hábitos) e neurológicos (Alzheimer, Mal de Parkinson e outras afecções neurológicas degenerativas).
Rotinas saudáveis, trazem benefícios para a saúde nas diferentes idades, inclusive nas mais avançadas. A alimentação do idoso deve contemplar as necessidades para manutenção saúde, tratamento e/ou prevenção de doenças, deve ser de fácil digestão, pouco volumosa, com consistência adequada à dentição, e de forma a preservar o prazer de se alimentar.

Referências
Avaliação do estado nutricional de idosos . Educação Continuada - Nutrição na maturidade – Nestlé.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Alimentação saudável para a pessoa idosa: um manual para profissionais de saúde. Editora do Ministério
da Saúde, 2009.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição.Guia alimentar para a população brasileira : promovendo a alimentação saudável / Ministério da Saúde, Secretariade Atenção à Saúde, Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
CAMPOS, Maria Tereza Fialho de Souza, et al. Fatores que afetam o consumo alimentar e a nutrição do idoso. Rev. Nutr., Campinas, v. 13, n. 3, set.,/dez., 2000.
CASTILHO, Anna Christina. Nutrição e o processo de envelhecimento. Disponível em: http://www.nutricaoclinica.com.br.
CERVATO, Ana Maria et al . Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva em Universidade Aberta para a Terceira Idade. Rev. Nutr.,  Campinas,  v. 18,  n. 1, fev.  2005 .
CESAR, Thais Borges; WADA, Silvia Regina; BORGES, Renata Gracioso. Zinco plasmático e estado nutricional em idosos. Rev. Nutr.,  Campinas,  v. 18,  n. 3, jun.  2005 .
Galisa M.S., Esperança L.M.B., Sá N.G. Nutrição:conceitos e aplicações. São Paulo: M. Books; 2008.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Diretoria de pesquisas. Departamento de população e indicadores sociais. Perfil de idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil. Rio de Janeiro, 2002.
NOGUES, R. Factores que afectam la ingesta de nutrientes em el anciano y que condicionan su correcta nutricion. Nutricion clinica, v. 15, n.2, 1995.
SAMPAIO, Lílian Ramos. Avaliação nutricional e envelhecimento. Rev. Nutr.,  Campinas,  v. 17,  n. 4, Dec.  2004 .